O rei Ezequias foi
admoestado pelo profeta Isaías: “Põe em
ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás.” (II Reis 20:1). O rei, ao
ouvir tal notícia, orou ao Senhor, pedindo-Lhe que conservasse sua vida. Deus,
em reposta à oração, acrescentou-lhe 15 anos de vida. Esta história está
registrada em II Reis 20.
Mensageiros de Babilônia
foram enviados a Ezequias, levando cartas e um presente, pois Merodaque-Baladã,
rei da Babilônia, soube que o rei de Israel estivera doente.
Diz o relato que “Ezequias se agradou dos mensageiros e lhes
mostrou toda a casa do seu tesouro, a prata, o ouro, as especiarias, os óleos
finos, o seu arsenal e tudo quanto se achava nos seus tesouros; nenhuma coisa
houve, nem em sua casa, nem em todo o seu domínio, que Ezequias não lhes
mostrasse.” (II Reis 20:13). Então o profeta Isaías foi até o rei. “Perguntou ele: Que viram em tua casa?” (II
Reis 20:15).
Façamos duas aplicações
com respeito a esta pergunta (Que viram
em tua casa?):
1) Em nenhuma parte do
relato aparece Ezequias louvando a Deus pelos tesouros e bens, nem dando graças
ao Altíssimo por tudo o que havia no reino.
Não dar o devido crédito
ao Dono de tudo, ao Criador de todas as coisas, é uma falta grave. Como é bom,
contudo, quando vemos exemplos em que as criaturas rendem-se à Inteligência do
nosso Pai. Daniel, na presença do rei Nabucodonosor, chamado para interpretar
um sonho, disse: “O mistério que o rei
exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei; mas
há um Deus nos céus, o qual revela os mistérios...” (Daniel 2:27, 28) José,
diante de Faraó, também convocado para explicar-lhe um sonho, afirmou: “Não está isso em mim; mas Deus dará
resposta favorável a Faraó.” (Gênesis 41:16).
Como criaturas, nossa ação
primeira deve ser a de dar graças ao Criador. Ele faz coisas magníficas, coisas
tais que nem compreendemos. “Com a sua
voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes cousas, que nós não
compreendemos.” (Jó 37:5).
O ser humano é capaz de
gloriar-se de seus grandes feitos: conquistas e vitórias com seus exércitos,
arranha-céus, cidades imponentes, artefatos e inventos diversos, viagens
interplanetárias e – mais recentemente – clonagem de animais. Tudo parece
enaltecer a inteligência humana. Entretanto, “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o
forte na sua força, nem o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar,
glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor, e faço
misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas cousas me agrado, diz o
Senhor.” (Jeremias 9:23, 24). A inteligência com Deus pode ser útil para a
humanidade. A sabedoria vem de Deus e podemos pedi-la: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a
todos dá liberalmente, e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” (Tiago
1:5).
Dificilmente vemos um ser
humano dando louvores a Deus ao planejar e executar algo. Arquitetos,
engenheiros, construtores, médicos, cientistas deveriam exaltar a Deus ao
término de suas realizações.
2) Se a pergunta fosse
feita a nós, qual seria a resposta?
·
Viram em nossa casa literatura e
entretenimentos condizentes com nosso nome de cristãos?
·
Viram hábitos e alimentação saudáveis e
princípios de bom viver?
·
Viram tratamento afetuoso entre os membros
da família, o perdão sendo praticado diariamente, o bem-querer sobressaindo
sobre o “meu” querer?
·
Viram o tempo sendo aproveitado em coisas
edificantes, construtivas e no auxílio à promoção da felicidade entre a
família?
·
Viram momentos diários de comunhão com
Deus, estudo da Palavra e hinos de louvor entoados?
·
Viram que Cristo ocupa o trono do lar?
Elenara Predebon
SE
JESUS AO TEU LAR DE REPENTE VIESSE...
(Autor
e fonte desconhecidos)
Se
Jesus ao teu lar de repente viesse
E
contigo passar alguns dias quisesse,
Qual
seria a acolhida que tu lhe darias? –
Eu
bem sei que o teu quarto melhor lhe abririas
E
porias na mesa o alimento mais fino,
Reiterando
o prazer de servir ao Divino,
A
alegria sem par de hospedá-lo contigo.
Mas
– ao vê-lo chegar, para o abraço de amigo
Tua
porta à Visita celeste abririas?
Ou
primeiro o teu traje a mudar correrias?
Ou
então as revistas triviais bem ligeiro
Pelo
Livro de Deus trocarias primeiro?
O
teu rádio farias calar, desejando
Não
o ter escutado o Senhor; lamentando
As
grosseiras palavras com raiva empregadas?
Escondendo
essas músicas ímpias e ousadas,
Buscarias
hinários, deixando-os à vista?
Poderias,
à sua chegada imprevista,
Recebê-lo
sem ter de correr e arrumar?
Eu
não sei – se Jesus por uns dias chegar,
Poderás
prosseguir tudo aquilo fazendo
Que
costumas fazer, e as palavras dizendo,
Que
costumas dizer, e vivendo essa vida,
Que
costumas viver, sendo então conduzida
Como
sempre a palestra, e falada uma prece
Como
coisa que sempre no lar acontece?
Cantarás
como cantas de noite e de dia?
E
lerás o que lês com fervor e alegria?
E
dirás tudo aquilo em que o espírito pensa?
Gostarás
de trazer logo à sua presença
Teus
amigos do peito, ou terás de pedir
Que
só venham depois de a Visita sair?
Com
prazer o terás para sempre contigo,
Ou
verás com alívio partir esse Amigo? –
Realmente,
eu quisera saber que farias,
Se
Jesus convivesse contigo alguns dias.